terça-feira, 17 de junho de 2014
OS PESSIMISTAS
Certa vez, um poderoso rei, para comemorar o aniversário de seu amado filho,
resolveu fazer uma grande festa para todos os seus súditos.
Entre as muitas atrações do evento, havia um desafio que a todos interessou:
era "a escalada ao poste".
No alto de um gigantesco mastro havia uma cesta repleta de ouro e de comida.
Aquele que conseguisse alcançar o topo daquele poste poderia se deliciar com
a comida e pegar para si todo o ouro.
Muitos dos que estavam presentes, pretendiam participar daquele desafio.
Quando o rei autorizou, foi dado início à prova.
O primeiro a participar foi um rapaz alto e forte.
Ele tomou uma distância curtíssima e começou a subir no poste.
Não chegara nem à metade, quando, cansado e irritado, desistiu.
Enquanto descia, dizia que o poste era alto demais e que não havia nenhuma
possibilidade de que alguém alcançasse o prêmio.
Blasfemava baixinho para que seus queixumes não fossem ouvidos pelo rei, mas
sugeriu àqueles que se aproximavam dele que não tentassem, a fim de que o
rei se visse obrigado a diminuir o tamanho do mastro.
Alguns súditos, influenciados pelas palavras do jovem, sentiram-se
decepcionados com o rei e foram embora cabisbaixos e choramingando.
Outros proferiram contra o rei palavras de desapontamento.
De repente, porém, do meio da multidão surgiu um garotinho muito magro e de
aparência franzina.
Tomou distância, aproveitando o tumulto criado pelo jovem rapaz que o
antecedera, e, correndo como o vento, iniciou sua subida no mastro.
Na primeira tentativa não teve êxito.
Quando se preparava para tentar novamente, as pessoas ao redor gritavam:
"desista! Desista!"
Mesmo assim ele persistiu. Parecia mais convicto do que da primeira vez.
Afastou-se e, com energia, agarrava-se ao mastro, ganhando altura com muito
empenho.
Minutos depois, após ter realizado indescritível esforço, o garoto, diante
do olhar admirado de todos, atingiu o topo e a cesta repleta de ouro e
comida.
Alguns o aplaudiram; outros, incrédulos, comentavam a proeza.
O rei, admirado pela determinação do vencedor, imediatamente foi procurar o
pai do garoto para buscar uma explicação sobre o ocorrido.
"Meu senhor, como pôde esse menino, tão pequeno e fraco, alcançar um
objetivo tão difícil, enquanto todos o instigavam a desistir?" - questionou
curioso o soberano.
Sorrindo, com o filho nos braços, o pai esclareceu: "duas coisas motivaram o
meu filho a agir da forma como agiu: a primeira é a fome, porque há dias o
pobre não come nada. E a segunda é porque ele é surdo, e não ouviu nenhuma
das palavras desencorajadoras que lhe foram dirigidas."
livro As mais belas parábolas de todos os tempos, vol. I, organizado por Alexandre Rangel, Ed.
Leitura, pp. 94/95.
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